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sábado, 26 de novembro de 2011

Bom mesmo é ter com quem contar.

Ahhh...filmes!!! Eu adOOOro filmes e tem alguns em especial que acho que poderei assistir sempre e sempre voltarei a ter vontade de assistir novamente e mais e mais.
Acabo de assistir "O discurso do rei", filme ganhador de Oscar e impressionantemente singelo e de uma beleza enorme por sua delicadeza ao tratar de algo tão delicado como a amizade, dificuldades, auto-estima, responsabilidades; tudo isso em uma época de grande tensão mundial.
Já assisti esse filme umas três vezes apenas mas tenho certeza que ele já entrou para a lista dos FILMES DE SEMPRE, aqueles que sempre paro tudo para assistir mesmo sabendo exatamente o que vai acontecer na próxima cena.
O que mais me toca nessa história real e Real é a força que a amizade, a força que a confiança no outro e em si próprio tem de transformar a vida de qualquer ser humano. O poder que a entrega tem para superar as dificuldades, que em geral aparecem pela quebra do cristal da confiança por outrem em algum momento da vida.
Somos um animal social e sociável por natureza e que mesmo que cada um precise de uma hora para si e seus botões, na maior parte do tempo nos é agradável COMPARTILHAR. E como é bom compartilhar nossas alegrias, nossos medos, nossas dores, nossas conquistas e nossas derrotas; aprender junto, ter o olhar de fora da situação vinde de uma fonte segura de um amigo.
Desde a época de escola nunca fui do tipo de "melhores amigos(as)" e sim da turma que gosta de ter amizades com todos, não sou de me isolar, de falar só com Fulana e com Beltrana. Jamais sentei no mesmo banco de escola o ano todo, sempre fui nômade e isso me rendeu muitos amigos, colegas, conhecidos, muitas histórias, muitos ouvintes, muitos conselhos e aconselhados. Isso sempre me permitiu exercitar o ajudar e o compartilhar.
Teve um período que eu achei que isso tinha sido ruim, que eu deveria ser mais seletiva e especifica em minha amizades pois eu tinha todas as amizades e não tinha nenhuma ao mesmo tempo. Pelo menos não uma "melhor amiga" ou algo do gênero, aquela pessoa quase que exclusiva a mim e eu a ela que via tantas colegas, conhecidas e primas terem e, ahhh, como elas pareciam felizes e confidentes e irmãs!!!
Isso me assombrou algumas vezes na vida mas nunca me fez efetivamente mudar, pois minhas amizades por mais generalizadas que fossem eram sinceras. E, hoje, reencontro pessoas que foram importantes em minha vida e cada pedacinho dela, amigos de primário, amigos de merenda do recreio, amigos de escola, amigos de colégio, amigos da dança, amigos do inglês, amigos ... e eles podem não ser e nem nunca terem sido só meus e eu só deles, podemos não nos frequentar, podemos não ter mais aquela intimidade de outrora mas sempre há aquele abraço sincero e aquelas boas lembranças.
As vezes eu paro e penso na minha vida, seus acontecimentos marcantes e lá estão essas pessoas!!! Nem sempre as mesmas mas sim elas estavam lá para mim e por mim...eu as tive e elas me tiveram de coração em dado momento. Isso me faz sorrir e achar que mesmo sem um grupo de "melhores amigas desde o berçário" eu sou muito feliz em ter tido meus amigos que hoje estão dispersos pelo mundo até, mas as memórias são doces, engraçadas e aventureiras.
O Rei George teve a amizade de um plebeu que o via com olhos de igual, que o ajudou como nenhum especialista médico pode lhe ajudar. O Lionel ajudou o Rei a juntar os cacos de seu cristal e a valorizar os que ainda tinha intactos como bom homem que era. E isso é o que a pureza da amizade nos dá: uma chance de reavaliar nossos cristais e ter ajuda para cuidar deles!
Eu sou uma pessoa muito abençoada por ter tantos amigos...começando pela amizade mais do que especial dos meus pais e irmãos, passando pelo meu amado amigo e marido, pelas minhas cunhadas que são irmãs e os primos?? Muitos amigos de todas as idades e percepções de vida que sempre foram exemplo. E todos os meus amigos da vida, os agregados que de uma forma ou outra fazem da minha vida um jardim bem florido. Porque bom mesmo é ter com quem contar!!!!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Pobres das Expectativas.

Oi minha genteinnnmmm...desculpem-me pela sumida básica de vários dias mas muuuuitas coisas aconteceram e muitos sentimentos e sensações rondaram essa pequena e iniciante blogger desde o último post.
Então, começando pelas coisas ultra-mega-power ótimamente-maravilhosas: meu marido chegou para passar uns dias comigo. Ele vem se esforçando muito para estar aqui ao meu lado também fisicamente nesse meu processo de tratamento médico e, ahhh como ele é bom em me dar colo e aguentar minhas tolices e meus "xororôs".  É sempre consolador e renovador de energias o meu João estar aqui!!! Uma das forças mais fortes que me fazem não cair na inércia da dor e do sofrimento é manter o foco no "nós" que eu tenho com ele.
E agora as coisas chatas, afinal elas também me fortalecem...EU GRIPEI!!!!  Fiz quimioterapia (a 1sessão das 4 extras que devo fazer) na sexta feira e domingo estava de cama, incrivelmente cansada e com a garganta arranhando. Na terça, quando o meu João chegou, o nariz estava parecendo torneira com vazamento, a garganta já doía de verdade e até febre eu tive mas foi só uma febrícula (gosto dessa palavra, acho o som engraçado - risos). Com tudo isso, pela primeira vez tive uma "semana do vômito" (tradução: 7 dias que seguem a sessão da quimioterapia) realmente looooonga, com muito cansaço, perda de apetite (afinal sem olfato fica difícil querer comer), náuseas embora leves mas persistentes e muita "farta de suspiração", como dizem as pessoas amigas da dra. Sônia Cordovil sobre a falta de ar.
Agora o que mais anda me assombrando não é nenhuma sensação física ou mal estar corporal e sim ter que lidar com algo que eu estava guardando tão bem desde o começo de Maio desse ano: EXPECTATIVAS!!!! É...só ontem me peguei suspirando várias vezes de saudades da minha psí (minha psicóloga que está de honey mon) pois desde a última quimio e do encaminhamento para fazer o PET-CT eu recebi minhas "cartas da vez" e as expectativas se armaram dessas pré-instruções.
Aí veio o problema: ter ficado tão aliviada e tão feliz ao abrir aquele resultado de exame...hoje eu percebo que no fervor dos acontecimentos eu devia ter resistido e sinceramente não devia ter olhado o resultado do exame, pois inocentemente eu abri as portas para as expectativas saírem do baúzinho onde estavam guardadas. E agora está sendo muito doído guarda-las de volta, pois elas cresceram muito e estão cheias de energia como crianças quando acordam para ir a praia, depois de uma longa noite de sono. Cada vez que acalmo uma, outra se descabela, bate o pé e diz que não quer voltar, que não era esse o acordo.
É meus, caros...para os que estão convivendo mais de perto comigo no dia-a-dia fica mais fácil ver as olheiras mais escuras e os olhos com um pouco menos de brilho dessa pequena combatente esses dias. O coração inquieto e as lágrimas sempre prontas para rolarem por qualquer motivo. Estou sem graças e tenho momentos de quietude e abstração que sei lá...entende? (como já dizia o Patropí).
Foi engraçado observar de camarote como o meu cérebro foi rápido em armar essa confusão toda, muito ágil!!! E mesmo sem perceber o que estava acontecendo e, mesmo ficando feliz com o resultado do exame mas ainda com uma sensação de "pulga atrás da orelha" eu não quis enxergar o que se passava dentro do meu cérebro....minhas ondas cerebrais e meu sub-inconsciente (sei lá...vai saber) me passaram a perna. Logo eu, que achava que estava OTEEEEMA, que estava tudo sob controle e que, com louvor, eu estava contendo minha ansiedade enorme e estava conseguindo viver uma rodada de cada vez do jogo.
Entretanto, a rodada que era para ser a última, se transformou em penúltima ou ante-penúltima, já não sei dizer ao certo. E um banho gelado caiu sobre a minha pele me petreficando de cansaço e, por que não admitir, de tristeza. É!!! Eu fiquei triste sim...em todos esses meses não tinha me deixado sentir tristeza mas agora, tem momentos que ela é mais forte que eu; não por longo tempo pois não sou de sucumbir e não posso me dar ao desprazer de me render a ela tão no fim. Apenas estou tentando ser verdadeira comigo mesma e estou admitindo os meus sentimentos, sem medo e sem pressa além de estar me dando o direito de vive-los sem pânico.
Não estava nos planos das minhas expectativas fugidas do baú, ter mais 3 meses de tratamento, nem ter mais 4 sessões de quimioterapia (agulhas, laranjinhas, aquele cheiro, o inchaço e o mal estar), nem passar natal ainda nessa "lenga-lenga" e entrar 2012 ainda em tratamento. Ah, quando eu lembro que falava com tranquilidade, acalmando as pessoas: "vai ficar tudo bem, antes do natal já vai ter terminado" RISOS amarelíssimos...as coitadinhas das expectativas estavam acreditando em mim...e estão muito agitadas com as mudanças de planos, afinal, elas se comportaram tão bem, como combinado todos esses meses.
O que me resta a fazer é tentar acalma-las...assim como o guerreiro coração e, não desidratar de tanto lágrimas rolar....suportar o cansaço mental e empurrar com a barriga, mas sem perder o charme, até dia 30 de Dezembro, para então pensar na radioterapia.
Conto com a colaboração de todos vocês!!! Mas isso não significa que preciso ser consolada ou coisa assim, pois demorei vários dias pensando se escreveria sobre isso ou não afinal não gostaria de uma enxurrada de "não fique assim", "tudo vai passar", "são só uns meses a mais"...pois na relatividade do tempo de quem está doente e/ou em tratamento tudo é ainda mais complexo. Então apenas compartilho meus sentimentos do momento sem ansiar por lamúrias ou consolo.
A casa agradece a compreensão.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Cara ou coroa???

Já estava deitada quando me deu uma vontade de tomar um banho pra esfriar a cabeça, tentar relaxar as tensões e dar um tempo para tomar o meu Nausedron-amigo (remédio específico de combate às náuseas provocadas pela quimioterapia) e, até quando eu entrei no banho estava meio melancólica, assumo sem meias palavras, só que o efeito curativo que a água corrente tem sobre nossa mente é impressionante; me admiro sempre!!! 
Comecei pensando em minha pequena frustração e meus dois meses a mais de tratamento, nas expectativas que eu já havia construído sob o resultado do meu PET-CT e como meu lado racional estava ciente e sem dúvidas quanto a decisão do médico em propor mais sessões de "quimio" e a minha reação de ter aceitado; e, como meu lado emocional estava melancólico e, vamos lá...chateado pra carambaaaaa!!! (risos daqueles "sem graça").
A água foi rolando, escorrendo e de repente duas coisas me vieram à cabeça...a primeira, um telefonema recém recebido de uma pessoa muito amada que passa por momentos tortuosos por questões de ato-consequência e que tooooodas as vezes que falo com essa pessoa e pergunto como ela está a resposta é que ela está "sobrevivendo" e ainda complementa quase sempre "estou indo, contra tudo e contra todos".  O que me perturba é que a pessoa tem saúde, família, amor, trabalho, casa, comida, entendimento e mesmo assim aceita ser vítima da própria vida, aquela que ela mesmo escolheu. A outra coisa foi a recordação do fim do espetáculo CABARET de Cláudia Raia, que fui assistir no último dia dez em São Paulo, e, a cena era eu de pé aplaudindo como uma louca e chorando de pura alegria no meu coração. A única coisa que eu conseguia pensar era "obrigada meu Deus por eu estar aqui hoje, por ter tido essa satisfação e em ótima companhia (papai, Osama e Binho)".
E com todos esses pensamentos e a água escorrendo eu me lembrei de uma coisa que aprendi nessa vida com uma pessoa que eu amo demais, a vida é como a moeda de um jogo de "cara ou coroa" ela tem dois lados, duas versões, pelo menos dois pontos de vista e com cada modalidade de resultado vêm implícito inúmeros tipos de interpretação e reação. E o mais interessante de tudo isso que nenhum fator externo pode determinar o rumo desse "jogo" e da tal interpretação, apenas a pessoa que vive a situação, que viu a moeda subir girando no ar e cair em seu anteparo mostrando CARA ou COROA é que pode e dá o resultado como bom ou ruim.
Eu, particularmente, depois desses meus mirrados vinte e nove anos, quase trinta (ebaaaaa!!!) já me decidi quanto o que fazer no jogo: sempre procuro me esforçar pra ver o lado bom da minha moeda, seja ele cara ou coroa, pois está lá na minha frente, brilhando e sorrindo pra mim. E isso faz a diferença na minha vida de modo consciente há pelo menos sete anos, pois até acredito que sempre fui de bom astral mas tendia muito a melancolia, como pisciana que sou, mas tender a melancolia não precisa ser "se render a ela", isso NUNCA!!!!
Terminei o banho e vou ser sincera, ainda tenho minha frustração de antes só que, agora, ela passou a ser a fonte de uma busca pelo lado bom dessa moeda e acho que a primeira coisa que posso citar de muito boa: SIM, MEU TUMOR ESTÁ MORTO! E agora, como num passe de mágica acho que consigo escrever uma lista razoável de coisas muuuuito boas que estou vivendo ou que vivi recentemente e os benefícios desses 2 ciclos a mais de quimio (desses dois meses a mais de tratamento) e ele é: dissolver mais o resto mortal do tumor e ter mais certeza de que nenhuma célula-pequenina sobrou. Isso é muito bom e me focar nisso agora é o caminho...é minha face da moeda!!!!
Não fiquem vocês pensando que eu sou uma pessoa melhor que qualquer um de vocês ou mais evoluída por pensar assim, pois isso não é verdade!!!! Sou apenas alguém que treina ser assim pois me faz bem, me ajuda a ser feliz até nos momentos difíceis e vejam bem, exercitar a mente e manter a visão bem ampla para enxergar as boas lições que a vida nos dá, os aprendizados e os pequenos presentes em forma de alegrias, tudo isso é questão de exercício. E aí eu cito a professora Rosana Tamer "a repetição até a exaustão, sem reclamação é que leva a perfeição". AdOOOro quando ela fala isso nos ensaios do ballet!!! 
E é isso pessoas queridas...o banho me fez um beeem danado, vou tomar meu remédio e vou dormir lembrando do Cabaret e você? Vai pensar no "cara ou coroa" e começar a se exercitar? 
"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena."   
       Fernando Pessoa.           

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Conhecem o coeficiente de segurança?

Eu sou engenheira civil por formação e as minhas disciplinas prediletas, as aulas das quais tenho mais saudades são as de CONCRETO ARMADO I e II, do professor Pachinha. Nessas aulas eu aprendi a pensar como engenheira e não apenas a aplicar fórmulas e seguir "receitas de bolo"; o professor Pacha me ensinou a querer entender e compreender o papel de cada coeficiente, de cada incognita, de cada fator das equações. O prof. Pacha me ensinou a analisar e sentir a equação e o que cada pequena parte dela pode significar dentro do global da estrutura e na vida dela depois.
Dentro do cálculo estrutural existem os coeficientes de segurança que devem ser agregados à equação para dar uma margem à estrutura que a protegerá dos efeitos nocivos de alguns agentes agressores da estrutura, como o vento, a salinidade e outros.
Eu gosto muito e sempre respeito os coeficientes de segurança e acho que se tivesse tomado a profissão de calculista estrutural como minha principal atividade eles seriam os meus melhores amigos...fazer tudo o que tem que ser feito no período de planejamento, racionalmente, sempre é a chave de uma vida estrutural mais saudável e mesmo que seja preciso intervir, você sempre terá a certeza que fez tudo o que podia e a intervenção com certeza será mais tranquila.
Bem meus queridos, passado tooooodo esse papo de engenharia e blá blá blá, eu quero dizer que isso tudo é aplicado à estrutura do meu corpo e ao meu tratamento...quis explicar tudo isso para que vocês entendam um pouco o meu ponto de vista, a minha percepção da situação. Qual situação??? Ahhh, é! Eu ainda não contei. Desculpem-me!!! O fato é: meu tumor está morto, não há sinal de atividade celular anormal em meu corpo, massssssss a tomografia realizada recentemente mostra que ele que apresentava 9 centímetros de comprimento e diminuiu após a quimioterapia, contudo,  não o suficiente para que milhões de pulgas ficassem atrás da milha orelha desde que eu vi o laudo ontem.
Hoje meu médico teve a mesma sensação e me fez a proposta de fazer mais um ciclo de quimioterapia e explicou seus motivos tecnicamente com muita segurança, confiança, delicadeza e deixou nas minha mãos seguir em frente ou encarar mais um pouco de quimio. Nesse momento eu fui transportada para as aulas do professor Pacha e podia ouvi-lo falar dos coeficientes de segurança e sem titubiar eu aceitei a proposta do meu médico e com uma serenidade em meu coração que só uma entrega verdadeira dá. Fiquei tão feliz por não ter tido aquela velha sensação de "poxa, deu errado" e sim a sensação de "Deus sabe o que faz e nos dá a oportunidade de ver e acreditar nisso".
E é isso meus caros, meu CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DE QUIMIOTERAPIA continua válido e pendurado na parede, mas, continuando com a comparação inicial...esse ciclo de quimioterapia vai ser uma espécie de matéria opcional daquelas que podemos fazer depois de concluído o curso, não entram em nosso coeficiente de rendimento pois o curso já está concluído, porém entram em nosso currículo como curso livre. 
Prefiro me submeter a duas sessões dos "laranjinhas" agora e ficar com o coração pleno de tranquilidade, com a certeza de que fiz tudo o que podia e devia fazer agora para que minha estrutura tenha uma vida mais feliz!
Posso não atuar na área mas a engenharia está na minha alma, na minha vida sempre!!!!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Malas, viagens e recordações.


Ai como eu adOOOro viajar! Quando eu era pequena e ainda romanceava sobre as profissões com a inocência da infância dizia que queria ser AEROMOÇA. =] Achava as aeromoças dos filmes sempre elegantes, cabelos impecáveis, roupas alinhadas, educadas e sorridentes com todos, mas no fundo, bem no fundo já era o meu EU-viajante que estava dando demonstrações de vida.
Adoro circular por aí, conhecer lugares, pessoas, bater foto de ponto turístico, comprar “lembrancinhas”, camisetas com aquelas frases horríveis e tudo mais…andar de ônibus e me perder e depois achar, comprar mapa e testar meu GPS interno, andar de metrô, de trem, de bonde.
Os que nunca perceberam esse meu EU-viajante se assustaram quando eu casei e fui morar tão loooooonge com tanta alegria, porém os que me conhecem bem sabem que a distância e as diferenças culturais são um atrativo e não um empecilho. E tudo isso ao lado do meu João??? Perfeito!!!!
Contudo tem um detalhe nessa coisa de viajar que eu definitivamente não gosto de fazer…inevitável fazer, mas sempre deixo pros “quarenta e cinco do segundo tempo”, como diz a gíria futebolística: ARRUMAR AS MALAS!!! Ecaaaa…
E desarrumar? Pior ainda! Seja na chegada ao local de  destino ou retorno ao lar. Acho que isso é meio patológico em mim, tento arrumar com antecedência só que não acontece, definitivamente, não acontece.
O que gosto de fazer quando retorno é abrir os lacres e cortar os “protect bag” para começar a exposição de aquisições e lembrancinhas. Ah! Isso sim é divertido! Aí sou capaz de falar e falar e falar por horas, contando cada experiência, mostrando cada foto, cada souvenir e suas histórias. Nessas horas tenho quase sempre a companhia mais que perfeita da minha mãe e aí meu amigo, ficamos dias e madrugadas conversando.
Minha última viagem foi curta, quase totalmente objetiva e, com toda a certeza, muuuuuito boa! Meu companheiro de viagem foi papito e mesmo com as manhãs meio perdidas porque eu ficava com pena de acordá-lo daquele soninho matutino delicioso, ele foi um companheirão! Compreensivo todas as vezes que pedi que ele reduzisse o passo para que eu, totalmente sedentária nesses últimos seis meses e meio, pudesse acompanhá-lo nas ladeiras acima e ladeiras a baixo, paciente nas infinitas horas de espera para fazer os meus exames médicos (o PET-CT e o hemograma) no hospital e na clínica visitados.
Enfim, para uma viagem de cunho médico,  na qual me diverti muito. E, depois de nove looongos meses de jejum aeronáutico, foi bem alegre encontrar uma amiga de infância comissária de bordo da TAM e dormir horrores sentada no avião. Foi maravilhoso encontrar amigos, parentes e conhecer pessoas, andar pela av. Paulista e encontrar pessoas durante essa caminhada, andar de metrô, ir na 25th comprar STRASsss, conhecer o Embú das Artes, assistir a dois musicais (Cabaret e as As Bruxas de Eastwick), ir ao cinema (que eu não tinha permissão de ir desde 20 de Maio)...ah! Gostei muito!
E a cada viagem, mesmo as mais curtas e teoricamente sem GLAM eu adOOOro viajar e ter muitas histórias para contar de lugares onde eu estive, comidas que degustei, cheiros que senti, sensações e emoções. Mas beeem que podia ter um aplicativo para arrumar e desarrumar as malas, não acham??? (muitos risos).

domingo, 13 de novembro de 2011

Certificado de Conclusão de Quimioterapia!!!

Nem acredito que acabei...!!! Ops...você pode não estar entendendo nada, então vou explicar.
Fui diagnosticada com um Linfoma de Hodgkin em Maio desse ano e em Junho eu comecei meus ciclos de quimioterapia...a temida QUIMIO!
Quatro meses depois, duas semanas de "férias" do tratamento, um reencontro com aeronaves e com São Paulo me fizeram chegar dentro de um daqueles aparelhos ultra modernos e claustrofóbicos que fazem imagens de nossos corpos. (aff..!!! ou seria ufaa???)
Três dias úteis depois, tcharânnnn...o resultado saiu...minhas tias pegaram lá no hospital e eu mesma só abri o resultado no fim da noite. Nessa hora minhas tias já estavam empoladas de curiosidade e os telefonemas já estavam rolando, familiares querendo saber o resultado e eu bem linda com o papai no teatro-cinema-shopping, completamente desligada do mundo e da minha condição de "esperando o resultado" (risos!).
Abri o laudo e li o que desejava ler...AUSÊNCIA DE ANOMALIAS...ufaaaaaa...quando dei por mim estava dando pulinhos e gritinhos agarrada com o papel, pobre papel foi amassado e chacoalhado!!!!
Daí, muitos abraços, beijos, lágrimas alegres, gritinhos, sensação de estar flutuando sem estar de pileque (surreal!!!). Muitos telefonemas depois, uma espumante foi aberta com borbulhas, espuma, brinde, rolha voando. Confesso que tomei umas 3 taças que me ajudaram a dormir como um bebê depois de tanta emoção =] (sim, isso é um sorrizinho!).
A ficha foi caindo aos poucos (siiiim sou do tempo do orelhão com ficha, aquele vermelhinhoooo), 8 sessões de quimioterapia depois...finalmente aquele laudo do PET-CT era o meu CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DA QUIMIOTERAPIA!!! Acho que vou guarda-lo junto com o diploma da UFPA...papeis que representam vitórias suadas que eu alcancei.
Dois dias passaram, hoje já estou arrumando minhas malas para retornar a Belém amanhã a noite, consultas marcadas com: o hematologista, a dermatologista e o radioterapeuta, ufaaa!!!
Lá vou para reta final dessa história, já vejo a bandeira quadriculada da linha de chegada...meu coração bate mais forte, minha garganta aperta, meus olhos se enchem de lágrimas que acabam não caindo mas essa sensação de que está beeem pertinho o dia que vou poder retomar as rédeas da minha vida, isso sim é uma coisa boooooooooouuuuuuuuuaaaaaaaaaaa!!!!!!!
Nada mais de medo, nada mais de agonia, nada mais de irritação, nada mais de quimioterapia!!!! Nada mais de ver a vida passar na janela...estou quase pronta pra voltar pro jogo, mas um EU melhor, com uma amplitude de visão maior, uma bagagem diferente e especial.
E é isso...daqui a uma semana e poucos dias meu marido chega, daqui a umas três semanas eu concluo minha radioterapia e o tratamento...espero continuar nessa rota e nesse ritmo...pronta pra escutar a vinheta de domingos da minha infância quando o Senna ganhava e fazia o Galvão gritar enlouquecidooooo...eu vou ser o Senna e vou sacudir a champagnha no alto do pódio!!!
E é assim...bjks